Não é um problema actual, mas os que alimentam e nutrem o espírito estético da sociedade são os artistas. Mas o que ganham prestígio são as personagens.
Fruto do sistema capitalista, artistas são marginalizados não obstante a sua contribuição para a sociedade, facto que pode ser evidenciado pela artista Shanaia de Sousa, artista plástica moçambicana baseada em Portugal que através das suas obras busca criar narrativas visuais.
Título: Can you see it? |
Com suas habilidades que combinam o real e o fantástico, Naia – seu nome artístico –, contemplou a reação dos espectadores que entraram em contacto com suas obras, isto porque as suas obras para além de serem agradáveis a quem vê, cumprem o determinado propósito – funcionar e agregar valor ao público para o qual a obra se destina.
Foto tirada na Feira de Arte, Portugal |
De modo geral, poucos arriscariam o futuro de seus filhos exclusivamente à arte, mesmo sabendo das relevância da existência da arte na sociedade. Entretanto, no dia-a-dia deparamo-nos com figuras comprometidas com a satisfação da sociedade que, através das suas habilidades obtidas através de esforço e disciplina, buscam proporcionar uma ampliação da realidade baseado nas suas experiências representadas em símbolos universalmente conhecidos.
Metamorfose (esquerda) |
Para artistas como a Naia, o modo de representar o mundo de forma abstracta resulta da leitura da concepção convencional sobre o mundo percebido de forma geral num entrelace entre o subjetivismo desprovido de preconceito através da disciplina subjectiva configurada em linguagem acessível a todos.
Metamorfose (direira) |
Devido ao silêncio ensurdecedor relacionado às obras de arte para os artistas, estes que têm pouco contacto com os espectadores, Naia pôde, em uma feira de arte, sentir o feedback do público perante as suas obras, que para além de invocarem emoções únicas aos espectadores, inspiram a algo.
Segundo o que Naia contou à nossa equipa, “é interessante ver ao vivo como cada pessoa reage e interpreta as minhas obras”. Isto porque o artista passa, durante o seu processo, sob uma fase de êxtase até a concepção de uma obra que nasce devido ao ambiente e o repertório que possui.
E foi no Porto que a Naia pôde experienciar a energia dos espectadores, num ambiente que reunia vários artistas cujo intercâmbio serviu de gatilho para o disparo de novas ideias nessa cadeia de arte, cujo o criador é ofuscado pelo que, através de pinceladas, conseguiu parir.
Como forma de fecho, Naia compartilhou algumas dicas para iniciantes e aspirantes a artistas frisando que, “aconselharia que os artistas iniciantes se inclinassem para os seus estímulos", pois para ela o artista deve sentir-se firme a cada traço que fizer, assim como tomar posse da sua arte. Mesmo que desconfortável parece no início, Naia defende que é importante que quem um dia deseja se tornar um a assumir o título, tendo enfatizado dizendo que, “isto é um processo que sinceramente não sei se algum dia termina, mas acredito que quanto mais fazemos isso, cada vez mais conseguimos nos expressar completamente com as nossas criações e realmente reflectir o que nos vai na mente".
The fallacy of tunnel vision |
Para os apreciadores, Naia deixa a seguinte mensagem: “Continuem a trazer os vossos pontos de vista que nos dão a perceber que realmente algo foi alcançado dentro de vocês pelas obras. Que continuem enriquecendo as obras dos artistas envolvendo-se em debates, conversas e análises que agregam valor ao trabalho.
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