Criatividade é tudo o que antes não existia,
mas era realizável de maneira essencial e global.
O tema que me proponho a reflectir neste texto é, certamente, continuação de assuntos relacionados a criatividade e a história da evolução do homem que pesquisadores, cientistas, artistas e até designers têm vindo a abordar nos últimos anos.
A criatividade no campo da comunicação visual virou a palavra favorita dos “criativos”. E muitas vezes quando os responsáveis por conceber e ou estruturar uma mensagem visual abordam questões relacionadas à criatividade têm sempre corrido para o resultado final como que de uma ideia miraculosa se tratasse.
Vários são os pesquisadores e cientistas que conceberam formas adequadas (método projectual), para permitir que os responsáveis em conceber mensagens visuais consigam obter bom resultado com menos esforços e que seja adequado ao problema da necessidade que o deu origem. Esses também defendiam que essas formas de proceder não deviam ser vistas como um padrão rígido a se seguir, mas como um processo que deve ser compreendido e readaptado consoante a natureza dos problemas a serem resolvidos.
Ser “criativo”, hoje, pode significar várias coisas para diferentes pessoas. A criatividade que pretendo me focar aqui é aquela considerada como uma etapa e não como um fim na busca de uma solução para problemas de comunicação visual.
Pois bem, é um facto que as pessoas tomam decisões com base no conhecimento ou informações que tenham tido anteriormente. E é este o facto, basicamente, que tem sido ignorado por projectistas de mensagem visual. Entretanto, a falta de fundamentos, de conhecimento das novas técnicas, da evolução das máquinas que operam e inclusive a história da humanidade torna-se uma barreira no processo de concepção de novas soluções.
Essa barreira impulsiona os projectistas a um modo de criar inconsciente como que de reacção se tratasse, por exemplo: há os que criam porque foram contactados para resolver um problema de comunicação visual, ignorando os meios de circulação dessas mensagens, desde a influência que as cores têm com os actuais aparelhos, as influências das cores em relação ao tamanho dos elementos como objecto e texto; e isto resulta, muitas vezes, em se ignorar o método projectual (o que ajudaria a experimentações e estudos que dinamizariam as formas de proceder, servindo como catalogação dessas experiências que seriam, posteriormente, partilhadas).
O facto dos projectistas sentirem-se imersos numa época bastante dinâmica e que quase o que se produz é de carácter efémero, onde torna-se “impossível” o uso do método projectual é, então, um indício de que estes devem se reinventar e buscar por procedimentos mais adequados a estes tempos, já que pelas evidências a tendência é que as coisas se tornem cada vez mais rápidas. Daí o surgimento de ferramentas “automatizadas” para que ajudem nesse processo, cabendo aos profissionais fazerem o investimento intelectual e investimento na forma do funcionamento destas novas ferramentas e se posicionarem como activos e não reactivos face as transformações sociais.
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