Carnaval do Brasil é uma festa popular, conhecida por suas escolas de samba, desfiles coloridos, música e dança. É uma celebração que acontece em todo o país, com destaque para cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Recife. As pessoas se fantasiam, dançam ao som de diferentes ritmos musicais típicos do Brasil.
A festa acontece durante os dias que antecedem a Quarta-Feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma, no calendário católico. Este ano arrancou no passado dia 9 e se estende até hoje, 14 de Fevereiro.
Através de Sebastião Coana, mais conhecido simplesmente por Coana, artista plástico moçambicano, a edição 2024 do Carnaval Brasileiro conheceu parte da arte e cultura moçambicana.
O artista é inspirado na pop art e suas obras são marcadas por cores vibrantes porque de acordo com ele “a importância da cor em nossas vidas é vital, exercendo influência significativa em nosso estado emocional e espiritual. Para mim, a cor é essencial na expressão da minha inspiração nas artes, servindo como meio fundamental para transmitir emoções e significados”.
Desta sua técnica de expressão artística, nasceram-lhe vários trabalhos individuais e colectivos e, mais recentemente, na senda das celebrações do Carnaval do Brasil, criou o padrão de vestido destinado à Rainha da favela.
A arte de Coana, iniciada a criação em Paris e finalizada na capital moçambicana, encontra um elo entre duas culturas, como preferiu dizer “a vida das favelas e a vida urbana em Moçambique” e partilhou nas suas redes sociais que “a minha arte incorporou cores vibrantes, simbolizando a alegria e esperança compartilhadas pelos povos do Brasil e de Moçambique”.
De referenciar que Sadio Bee, estilista francês, ficou a cargo da costura da peça de arte que, pela mistura das cores trabalhadas pelo artista, por si só transmite emoções.
Coana é formado pela Escola de Arquitectura na Academia Central de Belas Artes da China, em Pequim. Possui mestrado em Finanças Internacionais na Universidade de Negócios Internacionais e Economia, igualmente em Pequim.
É um nome que não se pode deixar de lado ao falar de artistas contemporâneos moçambicanos. Coana conta com pinturas e murais espalhados em vários espaços públicos do país (basta prestar atenção às assinaturas), com destaque ao Museu Nacional de Arte; murais para o projecto “Bring Back Maputo” em um quarteirão de 3000m2, que transformaram num distrito de luz vermelha em uma área turística, cujas mensagens nas pinturas promovem esperança e interação social; foi responsável, também, pela arte no edifício Municipal da Matola, denominada “History of Matola”, com mais de 50m de largura.
Criou o Movimento Artístico de Moçambique, em 2020, o qual se destacou por envolver jovens criativos e resultou na pintura de 20 murais em quase todo país. Falando disto, a pintura nas "escadarias das Barreiras de Maputo" tem mãos do movimento e, claro, de Coana.
O artista tem deixado sua participação na cena da arte urbana, que teve maior impacto nos últimos anos. Disto, vale até mencionar o mural pintado pelo artista na Embaixada de Moçambique, na França. Um exercício que nos faz perceber que não é de hoje a sua missão de apresentar a beleza da arte plástica moçambicana a todas pessoas e lugares.
Internacionalmente, atingiu mais de 20 país, alguns deles: Nova Iorque, África do Sul, Finlândia e China. Realizou várias exposições no país e no exterior. Seu trabalho foi digno de várias nomeações de inovação para o desenvolvimento sustentável, tanto em Moçambique como na diáspora.
0 Comentários