Luís João sozinho, mais conhecido só por Luís Sozinho, é um Artista Plástico com uma visão e gosto aguçado no que diz respeito a representação da realidade em suas pinceladas sobre telas. Pinceladas essas que, actualmente são carregadas de simbolismo que reflectem o estado actual da sociedade.
Numa época em que a globalização é tida como o condutor das criações artísticas (no sentido de existir um “Standard”), Sozinho encontrou uma forma de receber e assimilar o que é universalmente conhecido por vias de convecção, ao mesmo tempo que ao fazer o uso desses simbolismos sente-se na obrigação de devolver (na materialização da sua obra), algo inerente à cultura na qual está inserido. Mais concretamente, é possível notar em todas suas obras a alegoria do palhaço (símbolo de fora de áfrica) como linguagem que reflecte as diversas personalidades que pessoas assumem no dia-a-dia, não permitindo desta forma com que se conheça as suas essências (como se vivessem em um círculo).
Em meio ao uso desse simbolismo acima descrito, através da sua destreza resultado de treinos de movimentos e desenvolvimento de técnicas como uma prática constante, ele encontrou uma forma de acrescentar elementos característicos de diversas culturas moçambicanas em suas obras, situando assim o contexto de sua arte.
A qualidade dos seus trabalhos reflectem o poder imaginativo que possui, mas como contou a nossa equipa, dizendo que “a imaginação é importante, mas mais do que isso é o investimento técnico que vai conseguir materializar essa imaginação”, e o investimento técnico ao qual se refere está mais nas habilidades que em próprios materiais, embora ele acredite que sejam cruciais para um trabalho de qualidade.
Sozinho, enquanto estudante sempre buscou praticar as suas habilidades com materiais precários e reciclados, pois para ele “é importante, por vezes, fazer o uso de materiais não sofisticados porque é onde se consegue atingir <<a perfeição>> com esse tipo de material, então quando se tem os mais sofisticados o esforço será menor” contou-nos.
E ele acredita que há várias desvantagens em começar com materiais sofisticados quando não se tem um bom mentor, correndo-se o risco por parte do praticante desistir na primeira tentativa fracassada alegando que tem tudo para ter bons resultados, mas não consegue resultados satisfatórios. Os praticantes precisam respeitar o tempo.
Ao descrevermos as formas exactamente como são, ou talvez tentar esgotar os temas que Luís Sozinho aborda em suas obras, acredito que seria uma tentativa frustrada pois a dinâmica social é constante...
1 Comentários
Muito inspirador e nesse pequeno trecho de palavras me sinto motivado em continuar a aprender e correr atrás dos meus sonhos como design e artista plástico.
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