Algumas lembranças da infância (não tão distante do momento presente), são de produções cinematográficas que retratam um cenário “futuro” em que o homem deixa de ser o único ser considerado “pensante” no planeta terra, passando a dividir espaço com androids (artefactos mecânicos com a forma física humana e capacidade de raciocinar – inteligência artificial).
Nos dias actuais, parte desse cenário, anteriormente futuro já se realizou e surgiram diversas formas de inteligência artificial (I.A.), e por se tratar de uma fase transitória, tal cenário suscita debates de várias ordens.
Da mesma forma que a alguns milénios o desenho que era apenas “Fazível” por técnicas manuais passou a ser possível realizar a partir do computador. A presença da inteligência artificial no ambiente de alguns sectores de trabalho é um caminho sem voltas e inevitavelmente o design faz parte desses sectores.
Neste artigo nos interessa refletir em torno do poder “criativo e/ou o que gera ideias” presente na inteligência artificial, e mais a diante buscar perceber de quais maneiras tal característica é útil ao design e ao designer.
A Inteligência Artificial e Inteligência Humana
“É possível inferir que a aparente capacidade criativa da máquina é apenas aparente. Os algoritmos não elaboram um processo criativo original, mas apenas devolvem resultados que simulam os resultados da criatividade humana” (Bruno Lorenza e Carlo Franzato, 2018)
Como a Inteligência artificial pode ser útil ao design e ao designer?
“Movimentos recentes — que carregam em suas dinâmicas as lógicas da sociedade em rede — apontam para mudanças na forma como a I.A. pode estar presente na actividade projectual, não mais como uma auxiliar passiva (tais como softwares CAD ou CSCW), mas como um agente activo, em especial em etapas de geração de alternativas para o problema enfrentado.”
“O papel do designer estaria centrado no desenvolvimento de estratégias efetivas para criação de soluções, e não mais nos movimentos de materialização das mesmas. Ao invés de investir horas de trabalho gerando alternativas que respondam a um problema proposto, o designer deve dedicar-se a identificar os parâmetros às quais a inteligência artificial precisa se ater para gerar as alternativas, prestando atenção, por exemplo, às perspectivas éticas, filosóficas e ambientais de tais parâmetros.” (Bruno Lorenza e Carlo Franzato, 2018)
Podemos concluir que a inteligência artificial, igual a qualquer outra ferramenta já criada, será de grande auxílio para quem aprender a manuseá-la, porém, a especificidade da I.A. para o seu domínio implica o aprendizado de formas de “conversar” com ela a partir de parâmetros específicos.
Com a integração da I.A. no processo de design, o designer tende a dispor de mais tempo e energia para pensar estrategicamente e de forma crítica, facto que aumenta exponencialmente as chances de cumprir com maior profundidade as funções prática, estética e simbólica – o tripé de um projecto de design.
No próximo artigo, posicionaremos as lentes ao contexto real da prática profissional procurando perceber como a inteligência artificial pode auxiliar designers no processo criativo.
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